Sílex
Eliane Marques
Belletristik / Lyrik
Beschreibung
"Eu escrevo porque não sei fazer tranças e, por isso, quase por mágoa, quero trabalhar com as palavras como se tranças elas fossem." Foi assim que Eliane Marques, um dos principais nomes da literatura contemporânea, definiu certa vez sua arte. De fato, a poeta molda a materialidade da linguagem e forma tranças com as palavras até que tudo se desloque e se reinvente nas muitas camadas dos versos. E é nessas tranças-tramas que acontece a mágica de Sílex: as palavras conhecidas se tornam novas, quase estranhas, e as desconhecidas passam a soar íntimas e fazem vibrar novos sentidos. A voz da poeta batuca as sílabas e os leitores são levados pelo ritmo dessa percussão das palavras, que também reverbera em nosso corpo. O livro se divide em três partes, que se referem a diferentes temporalidades: no tempo inicial, anterior à colonização, a divindade maia Qán, uma serpente, coloca-se em movimento; na seção seguinte, o serpentear de Qán funda um mundo novo que, na seção final, se transforma pela força de novos símbolos e signos, até que Qán se transfigura em Dán, também uma serpente, mas de outra tradição, a jeje. Para forjar esses mundos e tempos, a autora cria uma "língua contínua/ [que] continua lambendo". Nada é incorporado sem que a língua da poeta antes o tenha lambido, percutido e transformado em matéria própria. Consciente de que "o cômputo dos destroços termina nunca", a voz que soa em Sílex é também política, mas nunca discursa pelos caminhos evidentes: com força e beleza extraordinárias, em mescla profunda, essa voz se ergue e encanta.
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