Tradição Folclórica e Modernidade em "Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá", de Lima Barreto
Marco Antônio Domingues Sant'Anna
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Belletristik / Essays, Feuilleton, Literaturkritik, Interviews
Beschreibung
O presente livro constitui uma análise crítica da obra "Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá", de Lima Barreto, publicada em 1919, seu quarto romance, considerado por ele mesmo, muito calmo e solene - pouco acessível, portanto. O efeito de estranhamento é especialmente motivado pela percepção da ausência de valores estéticos consagrados pelo gênero romanesco, no contexto literário brasileiro. A falta de vigor cênico, a indefinição da plástica das personagens, a inexistência de conflitos e tensões, a ruptura com o encadeamento lógico da intriga sugerem uma organização e uma seleção peculiares de elementos literários que imprimiram à obra uma direção especial, um todo de dissonâncias, o qual, dialeticamente, se mantinha afinado. Impôs-se, então, o desafio fascinante da descoberta da sua estrutura fundamental e o apelo indeclinável do conhecimento de sua poética e de seus critérios artísticos. O caráter insólito do "Gonzaga de Sá" afirma-se principalmente pelo significado da revogação dos valores estéticos vigentes, quando de sua publicação, como expressão de uma visão de mundo e de uma posição axiológica diante dele. Desse modo, a obra garante, através de sua mensagem estético-literária, uma participação singular e insubstituível na unidade da cultura moderna. O seu julgamento da realidade circundante, em reciprocidade com outros domínios de expressão artística, como a pintura e a música, definem de maneira segura e precisa sua vocação para a modernidade.
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Tradição Folclórica, Crítica Literária, Modernidade